CLEVERSON DA SILVA GOMES
( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )
Nasceu em Macaé – RJ (23 de julho de 1930 d.C.), filho de Manoel da Silva Gomes e Delmira da Silva Gomes. Foi aluno interno no Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), onde completou o segundo grau. Na Academia Militar das Agulhas Negras concluiu o seu primeiro curso superior, sendo declarado aspirante-a-oficial em 13 de agosto de 1953. Cursou também a UFMG onde se fez bacharel e licenciado em Letras Clássicas (Grego, Latim e Português). É ainda registrado no MEC como administrador escolar e professor de Educação Moral e Cívica (EMC).
Breve foi sua passagem pelas atividades da caserna, pois, já tenente, abraçou o magistério e, como capitão, foi nomeado adjunto de catedrático, após concurso público, com defesa de tese. Na capital mineira, ainda lecionou no Instituto de Educação e no Colégio Estadual de Minas Gerais, onde também foi diretor. Em Campinas-SP, ensinou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército.
Já Coronel, em Brasília, militou nos três graus do magistério. É um dos fundadores do Colégio Militar local, onde dirigiu o ensino, e para o qual concebeu a frase “Jovem casa de velhas tradições”, por se tratar, à época de sua fundação, do mais novo estabelecimento do Sistema Colégios Militares, e, portanto, o mais jovem herdeiro da gloriosa história do CMRJ (“Casa de Tomás Coelho”), que fora criado em 6 de maio de 1889, para amparar os órfãos de militares da Guerra do Paraguai. A frase se consagrou como símbolo do CM da Capital e dos demais, ulteriormente criados.
Fundador da Casa do Poeta e da Sociedade de Cultura Latina, ambas em Brasília, e membro da Academia de Letras de Uruguaiana-RS, é, ainda, verbete do “Dicionário dos Escritores de Brasília”, elaborado por Adirson Vasconcelos.
Seu primeiro livro de versos, “Cisnes Brancos”, teve edição particular e limitada (tinha 19 anos). Vem publicando, a partir de então, poemas e artigos em jornais, revistas e antologias, como, por exemplo, “Anuário da Poesia Brasileira/1995” e “Salvados do Incêndio” (ambas da Editora Codpoe). Seu “Mea Culpa” (2º livro) é um resumo resumidíssimo de milhares de poesias que vem compondo desde o primeiro decênio de vida. Está no prelo seu terceiro livro: “Eventos e Loas”.
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ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA 1995. Organizador : Laís Costa Velho. Rio de Janeiro: CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995. 116 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
MÃE
E já se disse da mãe
Que muito tem de divina.
De gênio ou de fada boa,
Já é sábia quando jovem
E fortaleza, anciã.
Anjo que caiu do céu...
E, mais hodiernamente,
Heroína espacial.
Mas acho que não se disse
Que ela é gente com nós,
Com pecados e virtudes,
Sem o dever impertérrito
De ser santa a qualquer custo.
Embora o suor do rosto.
Tanta queixa sufocada!
Diga-se, afinal, da mãe
Que tem direito e deveres,
Como qualquer ser humano.
Não é preciso endeusa-la,
Já que é a simples costela
De um homem feito de barro.
A mãe merece ter filhos,
Estes, sim, super-heróis.
Capazes de defendê-la,
Por ser indefesa e frágil,
Como nós, capaz de errar.
Do pecado original
Aos pecados capitais.
Permanecemos tenebrosos,
Até simples pecadinhos.
Filhos capazes de amar
Sem implacáveis cobranças
Do que seja certo e errado,
A mãe humana pecável.
Ora zelosa, ora omissa.
Irritada e intolerante,
Que alteia a voz sem motivo
E castiga injustamente.
Pois esta mãe de verdade,
Não a visão irreal.
Pintada em verso e na prosa
Para o culto da mentira
Nos poemas e discursos.
Mãe que fere e acaricia
Segundo o mal que fazemos
E o mal que faz o mundo.
Se mãe não fizesse nada
Que desse merecimento,
Bastar-lhe-ia sabermos
Que nos guardou no seu ventre
E conosco dividiu
Seu alimento e seu corpo.
Longas noites, tantos dias...
Deu-nos seu seio a sugar,
E esse gesto de altruísmo
Fez seu sangue branco e doce...
Varou noites em vigílias,
Cuidou-nos e acalentou-nos,
Cantou canções de ninar.
Conduziu-nos pela mão
E por nós tanto chorou
E vai chorar muito ainda
Até o fim dos seus dias.
Isto é mais do que o bastante
Para a gratidão eterna.
Adoremos esta mãe
Porque é gente como a gente
E carne de nossa carne
E sangue de nosso sangue.
Nós somos pedaços dela.
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Página publicada em julho de 2023 |